Inserida na Grande Reserva Mata Atlântica, estendendo-se em uma exuberante floresta ombrófila densa submontana pela encosta da Serra da Graciosa, esta região é considerada um importante hotspot de biodiversidade.

Além do turismo, Morretes apresenta também uma forte agricultura familiar praticada dentro de sua área territorial total de 688.580 km², com uma ampla rede de bacia hidrográfica e uma população estimada de 16.500 habitantes, sendo mais da metade moradores na zona rural. Atualmente (ano de 2022) o município conta com cerca de 600 agricultores familiares e mais de 3.000 estudantes nas escolas urbanas e rurais.

Entretanto, é uma população com pouco acesso à informação e com baixo envolvimento em ações de conservação ambiental, tendo grande parte de sua produção pautada na agricultura convencional, que prioriza os monocultivos altamente dependentes de insumos, como os adubos de alta solubilidade e uso generalizado de agrotóxicos, acarretando o desequilíbrio ecológico, retirada da cobertura vegetal e exaustão do solo.

Por este motivo, um dos principais desafios desta região está na sensibilização para o uso sustentável dos elementos naturais através da Agroecologia, que busca uma produção agrícola integrada com a natureza, promovendo o desenvolvimento econômico com uma maior diversidade de culturas utilizando Sistemas Agroflorestais e formas alternativas de gerar renda.

Neste sentido, a meliponicultura é uma prática conservacionista e também uma ação que diretamente viabiliza trabalho e renda, além de contribuir com o desenvolvimento regional sustentável qualificando seus produtores agrícolas. E, indiretamente, se torna um ativo econômico ao município, visto que também motiva uma receita complementar com o desenvolvimento do turismo de base comunitária e contribui na conservação da biodiversidade em todo o território.

Neste sentido, a meliponicultura pode contribuir na melhoria dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões do litoral paranaense e do Vale do Ribeira, territórios vizinhos que ainda contam com a maior faixa remanescente de Mata Atlântica, mas, que estão entre os municípios de menor IDH do Estado do Paraná.

Desta forma, atuando dentro de um contexto socioambiental apropriado à Agroecologia e utilizando estratégias de sensibilização através da educação, este projeto desenvolverá ações voltadas para a potencialização de cadeias produtivas sustentáveis e geração de renda. Isto se dará através de práticas da agrofloresta, que resultam em uma paisagem produtiva sob intenso processo de restauração, associado à meliponicultura e com destaque a produção de própolis, como uma alternativa sustentável, social, econômica, ecológica e culturalmente apropriada para produtores de base familiar.